O'Sullivan T, Cronin O, van Hattem WA, Mandarino FV, Gauci JL, Kerrison C, Whitfield A, Gupta S, Lee E, Williams SJ, Burgess N, Bourke MJ. Cold versus hot snare endoscopic mucosal resection for large (≥15 mm) flat non-pedunculated colorectal polyps: a randomised controlled trial. Gut. 2024 Oct 7;73(11):1823-1830. doi: 10.1136/gutjnl-2024-332807. PMID: 38964854. A abordagem de lesões colorretais por mucosectomia tem sido questionada pela superior taxa de recidiva, difícil avaliação histológica da peça de resseção e necessidade de múltiplas reavaliações endoscópicas quando comparada à disseção endoscópica da submucosa. No entanto, por permitir uma menor duração do procedimento e se tratar de uma intervenção com menores taxas de complicações, a sua aplicação é legítima em lesões colorretais cuja morfologia e padrão de superfície permitam estimar uma baixa probabilidade de invasão profunda da submucosa. O interesse em técnicas de mucosectomia sem passagem de corrente tem aumentado, por se associar a uma menor taxa de eventos adversos, sem aparentemente ter impacto negativo na qualidade da resseção endoscópica. Este estudo clínico randomizado, publicado na revista Gut, comparou a excisão de pólipos colorretais adenomatosos não pediculados com dimensão superior a 15mm por mucosectomia endoscópica com ansa diatérmica versus ansa a frio. Em ambos os grupos, foi realizada termoablação das margens após a resseção. O outcome primário estabelecido foi a taxa de recidiva na reavaliação endoscópica aos 6 meses após o procedimento índex. Como outcomes secundários, os autores definiram a taxa de sucesso técnico e a taxa de complicações associadas ao procedimento. A taxa de sucesso técnico, definida como a ausência de lesão por visão endoscópica no final da intervenção, foi semelhante nos dois grupos. As perfurações tardias foram observadas apenas no grupo da ansa diatérmica, sendo que este grupo foi também associado a maior taxa de hemorragia pós procedimento. Em contrapartida, apresentou uma taxa de recidiva significativamente inferior na reavaliação endoscópica aos 6 meses. Perante estes resultados, os autores concluíram que a realização de mucosectomia a frio de pólipos colorretais adenomatosos não pediculados com dimensão superior a 15mm, apesar de se tratar de um procedimento com menor risco de eventos adversos, apresenta uma maior taxa de recidiva, sendo, atualmente, uma limitação desta técnica. Henrique Costa Coelho, Ana Maria Oliveira
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